domingo, 3 de junho de 2007

Dia 24 - Munique, Alemanha - 23/05/2007

Munique foi uma cidade que me agradou muito, tanto que resolvi voltar para a cidade.
Após uma passada rápida pelo centro da cidade, peguei o trem e fui até Dachau para conhecer o campo de concentração. Quando eu estava programando minha viagem para a Europa, já tinha como objetivo conhecer um lugar como esse e esse é o tipo de oportunidade que não se pode perder.
No caminho para Dachau, entraram 2 fiscais no trem para verificar os tickets. Fiquei preocupado, pois como meu passe foi roubado na Itália, eu só estava com uma cópia dele e, para piorar, eu estava sem o BO. Será que vou tomar multa? Foi tudo tranquilo, mostrei a cópia do passe e nao houve nenhum problema. Ufa!
No campo de concentração de Dachau comeceu visitando as celas onde ficam os presos políticos. O espaco é bem pequeno e com cara mesmo de prisao. Achei o lugar terrível, mas não tinha idéia do que ainda estava por vir. O local em si do campo é muito bonito, parece um parque, ficando difícil imaginar todas as atrocidades que ocorreram naquele lugar.

No outro conjunto ficavam os demais "condenados". Há os quartos com camas tipo beliche, exatamente como vemos no filme A Vida é Bela. Há ao lados as demais dependências: um cômodo com diversos vasos sanitários e outro com armários.

Encontramos uma igreja católica, uma protestante e uma pequena sinagoga construídas após o fim da guerra, além de um monumento para lembrar a dor dos que ali passaram seus últimos dias.

Passando a cerca, que aprisionava aqueles condenados em sua maioria por sua opção religiosa, chegamos ao crematório. Ali ainda se pode sentir o cheiro da morte. Há a sala onde os judeus entravam para o suposto banho, recebiam instrução para tirar a roupa, quando então eram conduzidos para a sala seguinte. Nessa sala, trancados, ao invés de duchas, encontravam tubulações de gás que os levavam à morte. O terror levava de 5 a 15 minutos. Na sequência os corpos eram levados para a sala seguinte, onde encontram-se os fornos do crematório.

Fiz esse caminho, só, em silêncio, mas era como se eu pudesse ouvir os gritos. Na câmara de gás rezei pelos que ali passaram. A carga negativa do lugar é muito forte. No total, nesse período, mais de 6 milhões de judeus foram mortos. É importante que esses lugares sirvam hoje para mostrar as novas geracoes os erros graves cometidos no passado, tentando evitar assim que atrocidades semelhantes voltem a ocorrer. Será que já nao estão ocorrendo de outras maneiras?
Voltei para Munique e fui passear pelo Jardim Inglês. Ao contrário da última vez, hoje o sol apareceu na cidade. Como consequencia, o parque estava repleto de pessoas aproveitando o dia, inclusive na área reservada aos naturistas, onde casais de namorados, amigos e famílias aproveitavam para garantir o bronze por completo.
Hoje vi um gari na rua. Coitado, estava andando a toa pela cidade, já que nao se via um único pedaco de papel jogado no chão.
Fui até a Torre Chinesa, que é onde fica o maior Biergarten do mundo. Pedi minha cerveja pequena - que em Munique é de 0,5 litro - e a bebi junto ao meu novo amigo mexicano ouvindo a uma banda tocando aquelas horríveis músicas típicas da Baviera, mas que naquele momento pareciam fantásticas.

Nenhum comentário: